A cada dia, constatamos na sociedade que há uma inquietação quanto ao processo de leitura e sua compreensão. vivemos em uma época em que a tecnologia é rápida e eficiente. Então, como lidar com esse processo de leitura, já que ele exige reflexão e porque não dizer, tempo?
A família brasileira, em sua maioria, não possui o hábito de ler. Então podemos concluir que se o aluno não é estimulado para leitura na escola, nem na família, onde ele adquirirá o gosto pela leitura?
A leitura fora da escola parece ser um problema. Até parece que o único lugar que foi feito para a leitura foi a instituição escolar. Os nossos alunos quase nunca trazem suas experiências de leitura para a sala de aula.
O PCN da Língua Portuguesa dá um direcionamento instrucional de como deve ser orientada o desenvolvimento da leitura na escola. Este, traz uma instrução renovada e dinâmica. Portanto, é preciso apenas por em prática o que já se sabe. Que é desenvolver a leitura com reflexão e criticidade. Assim como o PCN, Paulo Freire da importância de uma leitura de mundo que é traduzida na experiência das primeiras letras, transformadas em experiência de sua própria vida.
"A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não pode prescindir da continuidade da leitura daquele. (...) Se for capaz de escrever minha palavra estarei, de certa forma transformando o mundo. O ato de ler o mundo implica uma leitura dentro e fora de mim. Implica na relação que eu tenho com esse mundo”.
Paulo Freire traz em um de seus conceitos de leitura a ideia de que a leitura de mundo precede a leitura da palavra. como isso ocorre? Podemos nos perguntar o que seria leitura de mundo para Paulo Freire. Em se livro A importância do ato de ler, Paulo Freire fala de uma leitura de mundo que antecipa a leitura da palavra, ou seja, ele faz uma retomada da sua infância e adolescência para mostrar que a importância do ato de ler está no contexto dos textos.
Ler é o processo de construir um significado a partir do texto lido. Isso se torna possível pela interação entre os elementos textuais e os conhecimentos do leitor. Quanto maior for a concordância entre eles, maior a probabilidade de êxito na leitura (NASPOLINI. 1996, p.25 )
Na concepção da autora Ana Tereza Naspolini, essa construção se dá através do conhecimento prévio do leitor, ou seja, o conhecimento que o mesmo tem sobre o autor, sobre a obra escrita, bem como a parte estrutural daquilo em que se está lendo, a saber, os elementos coesivos, os gêneros textuais, coerência ,entre outros. para tanto, a leitura feita dentro desta concepção exige da pessoa certo domínio, ou seja, base leitora.
